ECOPOL Saúde

Terapias avançadas em países com Marco Regulatório: uma revisão integrativa sobre os desafios relacionados ao acesso

Doenças genéticas, câncer e outras enfermidades complexas do organismo humano, podem exigir alternativas terapêuticas de alta complexidade de produção e desenvolvimento biotecnológico como os produtos medicinais de terapia avançada. Apesar de esta área ser uma das novas promessas terapêuticas e esperança a pacientes portadores de enfermidades sem alternativas disponíveis no momento, observamos que a área ainda enfrenta inúmeros desafios de acesso pelos portadores de tais enfermidades a estas terapêuticas. As terapias avançadas são indicadas para cinco principais áreas terapêuticas sendo elas: oftalmologia, doenças cardiovasculares, desordem genéticas, linfomas e cânceres hematológicos, desordens metabólicas, nutricionais e endócrinas. O objetivo deste estudo foi identificar os principais fatores relacionados ao acesso a produtos de terapias avançadas em países com registro regulatório. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura que identificou 17 artigos que corresponderam aos critérios de elegibilidade. O estudo concluiu que existem inúmeros fatores limitantes descritos pelos diferentes países no mundo que impactam no amplo acesso desses produtos aos pacientes. Dentre esses fatores limitantes estão infraestrutura, legislação, políticas de incentivo a pesquisa e desenvolvimento, capacitação de profissionais, manufatura, geração de evidências mais robustas para futuras avaliações de custo-efetividade e preço. Os países no mundo seguem discutindo e trocando experiências sobre os inúmeros desafios que esta tecnologia trouxe, a fim de aprofundar mais na temática de custo-efetividade destes produtos.

Alimentação e Autoritarismo no Brasil nos 70 anos de história: Descompassos para o direito social à alimentação

A história do autoritarismo no Brasil é complexa, disfarçada por uma educação em que coloca
uma certa “harmonia social” na trajetória política brasileira, enquanto ela é marcada por um
enraizamento histórico que naturaliza estruturas autoritárias, por trás do racismo, mandonismo,
coronelismo, corrupção, desigualdade social, violência, desigualdade de raça e gênero e
intolerância que permanecem na estrutura político-econômica até hoje. Os governos
autoritários da história do Brasil recente são: o Estado-novo de Getúlio Vargas (1937-1945), a
ditadura militar (1964-1985) e o governo instalado após o golpe institucional de 2016, liderado
primeiramente por Michael Temer e por conseguinte Jair Messias Bolsonaro. As políticas
públicas para alimentação e nutrição, caminham de acordo com os interesses voltados ao capital
econômico e industrial. O objetivo desse estudo é analisar os efeitos das medidas econômicas
adotadas nos três regimes autoritários da história do Brasil republicano, no que compõe a
alimentação da população brasileira, através de uma revisão integrativa de literatura. Foram
incluídas aquelas publicações que tratassem de políticas econômicas e programas de
alimentação e nutrição, resultando em nove estudos revisados. Relacionando o percurso da
história passada, com a mais recente, acompanhada pelo desmonte de estratégias importantes
para alimentação que foram construídas desde o processo de redemocratização do país, somado
ao agravamento da insegurança alimentar e nutricional e a fome intensificadas pela pandemia
de COVID-19 no Brasil. Pode-se correlacionar à agenda política dos três governos quanto a
opção por privilegiar a produção capitalista, realçando a desigualdade social e propiciando a
insegurança alimentar e nutricional de populações mais vulneráveis, com o uso político da
fome.

Plantas medicinais e Fitoterápicos: aspectos políticos, econômicos e (contras) sensos que (des) favorecem a pesquisa, produção, prescrição e uso no Brasil – Revisão Integrativa

Políticas públicas foram instituídas para promoção da prática integrativa com plantas
medicinais e fitoterápicos no Brasil. Esta revisão integrativa da literatura científica
contemplou os aspectos econômicos e as políticas públicas relacionadas às plantas
medicinais e fitoterápicos no Brasil, com destaque para o Sistema Único de Saúde.
Foram utilizadas três bases de dados e recuperados o total de 208 artigos. Após
avaliação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados nove artigos. As
plantas medicinais são utilizadas para fins terapêuticos, desde a antiguidade e com
crescente uso na atualidade, sobretudo após a publicação da Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e da Política Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). Observou-se que houve maior concentração dos
programas implantados em municípios de maior população e com indicadores sociais e
econômicos, demonstrando a necessidade de expandir as políticas públicas e o acesso a
este recurso aos usuários de unidades federativas economicamente menos favorecidas.
O Brasil possui uma das maiores biodiversidades do mundo com grande potencial para
bioeconomia. Por outro lado, existe a necessidade de otimizar o processo de patente
para mitigação de eventos de biopirataria. Poucos medicamentos foram incorporados na
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), sendo somente dois
nativos e existe a oportunidade de padronizar no elenco nacional outros fitoterápicos
para tratamentos de doenças crônicas e de maior prevalência. O uso associado de
plantas medicinais aos medicamentos sintéticos é observado em populações
economicamente mais desenvolvidas. Entre os contrassensos, persistem os questionamentos acerca da padronização, qualidade, eficácia e segurança, bem como
estudos que assegurem a prática. A formação profissional desde as universidades aos
ambientes de trabalho promove segurança para os prescritores.

Insegurança alimentar e nutricional no Brasil: contribuições a partir da economia política da saúde – Revisão Sistemática Integrativa

A insegurança alimentar e nutricional (IAN) afeta milhões de pessoas globalmente. Em 2022,
o Brasil registrou 33,1 milhões de indivíduos passando fome. Diversos fatores contribuem
para a IAN, como pobreza, falta de acesso à saúde básica, educação nutricional insuficiente
e instabilidade econômica. Por outro lado, a produção agrícola brasileira tem aumentado
constantemente, com expansão de terras cultivadas e aumento na colheita, visando a
monocultura e a expansão do mercado externo. Este estudo é uma revisão integrativa da
literatura científica, onde foi realizada uma seleção sistematizada de publicações através da
pergunta norteadora: “O que a literatura científica apresenta sobre a relação entre a
insegurança alimentar e nutricional e os aspectos econômicos da produção agrícola a partir
das agendas políticas de governo nos últimos 20 anos?”. Os critérios de inclusão foram:
artigos científicos publicados nos últimos 20 anos; idiomas: português, inglês, espanhol ou
francês; publicações oficiais do governo. As bases de dados utilizadas foram BVS/Lilacs,
Scopus e Pubmed/Medline. Após os critérios de inclusão, 44 artigos científicos
permaneceram na revisão e outros 10 foram incluídos a partir de publicações oficiais do
governo. O estudo alcançou seu objetivo ao traçar a trajetória da luta contra a insegurança alimentar e nutricional nos últimos 20 anos e evidenciar a disparidade entre essa realidade e
a produção agrícola.

Cobertura vacinal infantil na América do Sul: caminhos e contribuições a partir da pandemia de COVID-19 – Revisão integrativa

A América Latina atualmente se encontra entre as regiões que apresentam as maiores reduções
da cobertura vacinal. Em 2020, com a pandemia da COVID-19, a rotina de imunização infantil
e as campanhas foram adiadas globalmente, acentuando a gravidade da baixa imunização. Este
trabalho tem como objetivo fazer uma revisão integrativa da literatura sobre a cobertura
vacinal infantil de rotina em países da América do Sul, durante a pandemia da COVID-19
(2020 -2021) e no período que a precedeu, com recorte temporal de 10 anos. Para isso, foi
realizada a busca bibliográfica na base de dados BVS/Lilacs, Scielo, Scopus, PubMed e
incluídos para estudo 12 artigos de sete países da América do Sul. Na análise foi possível
observar que houve redução histórica da imunização e que nenhum país estudado apresenta
os índices de cobertura vacinal preconizados. Para melhor entendimento deste fato,
organizamos os resultados em temas: o impacto da pandemia, os fatores sociais, programa
nacional de imunização e políticas públicas de saúde, registro da vacinação e sistema de
informação em saúde, hesitação vacinal.

Experiências internacionais em saúde baseada em valor em sistemas universais de saúde: uma revisão integrativa

O modelo de saúde baseada em valor (VBHC) foi proposto na década de 2000 como alternativa
aos modelos de remuneração que privilegiam volume de entregas, sem associá-las à qualidade
do cuidado. Neste cenário, foi preconizado o conceito de valor, correlacionando os desfechos
para os pacientes aos custos, sendo métrica para remuneração dos provedores de cuidados à
saúde. Neste cenário, este estudo teve como objetivo analisar experiências internacionais de
saúde baseada em valor (VBHC) em sistemas universais de saúde, por meio de revisão da
literatura científica. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura com artigos publicados
entre os anos de 2006 a 2023 sobre relatos do modelo VBHC implantado em países com
sistemas universais de saúde. Foram consultadas as bases de dados PubMed, Biblioteca Virtual
de Saúde/Lilacs e Scopus. Foram recuperados 3.038 resultados que, após triagem, resultaram
em nove artigos em conformidade aos critérios de inclusão desta revisão. Os estudos relatados
sugerem que a adoção de componentes do modelo de saúde baseada em valor, notadamente o
estabelecimento de linhas de cuidado, possibilitou a mensuração de desfechos que importam
para os pacientes e dos custos para alcançá-los. Entretanto, o modelo VBHC não foi
complementarmente implementado nos estudos incluídos nesta revisão nem as repercussões
aos sistemas de saúde foram discutidas. Desta forma, são necessárias futuras pesquisas que
possam avaliar as consequências da adoção deste modelo aos sistemas universais de saúde. No
cenário brasileiro, as discussões sobre modelos de remuneração e alocação de recursos devem
levar em consideração as razões históricas que vem limitando a implementação plena dos
princípios constitucionais do Sistema Único de Saúde, sob o risco de acentuar iniquidades.

“#O Amor Venceu” en la victoria de Lula en 2022: perdón, estratégia y Estado capitalista en el pensamiento antropolítico

Este artículo visa reflexionar sobre los rituales del perdón como estrategia política del Estado capitalista. Para ello, optamos por un formato de ensayo crítico para pensar el tema, con el texto organizado en tres apartados. El primer apartado reflexiona sobre el perdón y su eficacia política desde un punto de vista simbólico. La segunda sección trata sobre el Estado capitalista contemporáneo y sus “políticas de perdón” en casos particulares, demostrando que esta estrategia política es antigua y actualmente se está reconfigurando. En la tercera sección, se aborda el caso brasileño de “#O Amor Venceu” en la victoria de Luiz Inácio Lula da Silva en 2022 y cómo esta ‘retórica del amor’ reformula el proceso del perdón, hasta el punto de que ya no lo sea más necesario, subvirtiendo la lógica ‘pedido-aceptación-reconciliación’. Finalmente, se tejen breves consideraciones finales con el fin de encaminar reflexiones hacia nuevas observaciones.

O impacto econômico da obesidade e doenças relacionadas em sistemas públicos de saúde: uma revisão integrativa da literatura

Introdução: A obesidade é uma doença complexa, multifatorial e de alta prevalência no mundo todo. É uma doença que é fator de risco para o desenvolvimento de diversas comorbidades como o diabetes tipo 2, câncer, doenças cardiovasculares, entre outras. Dessa forma, está ligada direta a indiretamente a gastos importantes em saúde. Essa revisão integrativa tem objetivo analisar o impacto econômico da obesidade nos sistemas de saúde identificando e descrevendo esses custos e os custos das doenças associadas à obesidade. Métodos: Uma revisão integrativa da literatura foi realizada nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science, BVS, LILACS e Cochrane para selecionar estudos publicados entre 2012 e 2022 que discutem o impacto econômico da obesidade em sistemas de saúde. Resultados: Dezoito estudos foram selecionados para extração de dados e análises onde foi identificado um impacto econômico relevante do ponto de vista societário e econômico por conta da obesidade e de doenças relacionadas. Os estudos analisados possuem metodologias, populações e perspectivas diversas e os dados coletados por esses estudos também diferem substancialmente um do outro, dificultando uma análise agregada de dados. As doenças relacionadas a obesidade analisadas entre um e outro estudo também diferem entre si. Conclusão: É evidente que o impacto econômico associado à obesidade e suas comorbidades é substancial nos sistemas de saúde, e projeta-se que esse impacto venha a aumentar. É necessária implantação de políticas públicas em saúde que reduza o aumento de sua prevalência. Além disso, seria interessante o desenvolvimento de um método internacional padronizado para definição e comparação do custo da obesidade entre diferentes países.

Estudos de impacto econômico da doença no panorama Brasileiro: uma revisão de escopo

Cost of illness studies are essential in health process, especially regarding the implementation of public policies, since it requires evidence-based data. This type of study helps in the identification of strategies to reduce the cost of the disease through preventive actions or treatments. In the context this scope review was conducted aiming to identify and describe the cost studies in Brazilian Health scenario. There was identified 42 articles that matched with eligibility criteria, describing cost of illness studies from 2001 to 2019.

Hesitação e recusa vacinal e os efeitos para a população de países com sistemas universais de saúde: uma revisão integrativa

O número de indivíduos que recusam ou hesitam a vacinação vem crescendo nos últimos anos, e tem sido notado com a diminuição da cobertura vacinal. Diante deste cenário de recusa e hesitação vacinal crescentes, faz-se necessário conhecer quais os efeitos que estes fenômenos têm trazido para os sistemas universais de saúde. O objetivo do estudo é revisar os efeitos da recusa e hesitação vacinal para a população de países com sistemas universais de saúde, na produção científica da área da saúde em artigos. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura em cinco bases de dados Lilacs/BVS, Scielo, Pubmed/Medline, Scopus e Embase. O total de publicações identificadas foi 318, realizou-se revisão integrativa, de maneira sistematizada e ordenada, permanecendo para leitura completa 12 artigos científicos. Identificou-se 7 categorias principais de abordagem do tema: 1) políticas públicas para imunização da população, 2) fatores da hesitação da vacinação contra gripe, 3) hesitação entre profissionais de saúde, 4) fatores importantes para a decisão dos pais de vacinarem, 5) segurança das vacinas, 6) determinantes sociais, demográficos e econômicos para hesitação/recusa e 7) determinantes sociodemográficos para hesitação/recusa.. Os artigos científicos estudados nessa revisão permitiram entender como se deu a recusa e hesitação vacinal em diferentes cenários, os seus efeitos e como esses motivos estão interligados entre si.