A história do autoritarismo no Brasil é complexa, disfarçada por uma educação em que coloca
uma certa “harmonia social” na trajetória política brasileira, enquanto ela é marcada por um
enraizamento histórico que naturaliza estruturas autoritárias, por trás do racismo, mandonismo,
coronelismo, corrupção, desigualdade social, violência, desigualdade de raça e gênero e
intolerância que permanecem na estrutura político-econômica até hoje. Os governos
autoritários da história do Brasil recente são: o Estado-novo de Getúlio Vargas (1937-1945), a
ditadura militar (1964-1985) e o governo instalado após o golpe institucional de 2016, liderado
primeiramente por Michael Temer e por conseguinte Jair Messias Bolsonaro. As políticas
públicas para alimentação e nutrição, caminham de acordo com os interesses voltados ao capital
econômico e industrial. O objetivo desse estudo é analisar os efeitos das medidas econômicas
adotadas nos três regimes autoritários da história do Brasil republicano, no que compõe a
alimentação da população brasileira, através de uma revisão integrativa de literatura. Foram
incluídas aquelas publicações que tratassem de políticas econômicas e programas de
alimentação e nutrição, resultando em nove estudos revisados. Relacionando o percurso da
história passada, com a mais recente, acompanhada pelo desmonte de estratégias importantes
para alimentação que foram construídas desde o processo de redemocratização do país, somado
ao agravamento da insegurança alimentar e nutricional e a fome intensificadas pela pandemia
de COVID-19 no Brasil. Pode-se correlacionar à agenda política dos três governos quanto a
opção por privilegiar a produção capitalista, realçando a desigualdade social e propiciando a
insegurança alimentar e nutricional de populações mais vulneráveis, com o uso político da
fome.