ECOPOL Saúde

O efeito do uso de medicamentos biológicos na qualidade de vida de pacientes com psoríase moderada a grave: uma revisão da literatura

A psoríase é uma doença crônica inflamatória que apresenta um impacto negativo significativo na qualidade de vida dos pacientes. Nesse sentido, o tratamento com medicamentos imunobiológicos pode ser uma estratégia eficaz no combate a psoríase e na melhora da qualidade de vida. Este trabalho é uma revisão narrativa da literatura que teve por objetivo analisar a literatura cientifica sobre o uso de medicamentos biológicos na qualidade de vida de pacientes com psoríase. Foram selecionados estudos randomizados controlados, disponíveis livremente para acesso, a partir de uma pesquisa exploratória nas bases de dados disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde Pública – BVS (Lilacs e Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica – Medline), Pubmed e Scielo. Foram incluídos 03 artigos com acesso irrestrito. Assim, devido a pequena amostra de trabalhos disponíveis, foram também considerados mais 04 outros trabalhos (incluindo revisões sistemáticas e meta-análises) para discussão da pergunta norteadora deste trabalho. A partir dos resultados analisados, conclui-se que os
medicamentos biológicos mostram benefícios significantes na qualidade de vida de pacientes com psoríase moderada a grave.

A legalização do aborto e os debates econômicos na saúde pública

A condenação do aborto e da contracepção, como práticas de emancipação do corpo da mulher, foram entendidas durante vários séculos, como um malefício, o que deixou o corpo feminino nas mãos do Estado, reduzindo o útero a uma máquina para a reprodução da força de trabalho. Com movimentos de mulheres pós-modernas, mais proeminente a partir da década de 60, algumas reinvindicações passaram a ser pautadas pela feministas como as questões sobre o poder ao ao próprio corpo, independência sexual e o direito de escolha sobre a gestação, ganhando força as discussões sobre a descriminalização do aborto. Anualmente realizam-se 22 milhões de abortos inseguros no mundo, responsáveis pela morte de 47000 mulheres, e outras 5 milhões de mulheres que sofrem de disfunções físicas ou mentais como resultado de complicações do aborto inseguro. Entendendo a necessidade de debater a temática do aborto e suas nuances com a saúde, os impactos sócio-econômicos devem ser observados em sua vertente mais totalizante. Portanto o objetivo deste estudo é analisar a produção científica disponível acerca dos da legalização do aborto e os impactos sócios econômicos nos sistemas de saúde. Partindo-se da questão norteadora: “Como a legalização do aborto pode impactar sócio-economicamente os sistemas de saúde?” realizou-se uma revisão integrativa da literatura considerando 3 bases de dados (lilacs, PubMed e Scopus) com um total de 185 artigos encontrados para os descritores selecionados, que após avaliação quanto à atendimento de critérios de inclusão e exclusão e
leitura crítica dos mesmos resultaram em 14 artigos avaliados e classificados de acordo com os seguintes critérios de análise: A – artigos que abordam os custos diretos em saúde da prática do aborto (seguro e não seguro); B – análises de custo-efetividade e custo benefício do aborto; C – aspectos sócio-econômicos atrelados à prática do aborto. Como resultados deste estudo, para a categoria A, foi possivel evidenciar à prática do aborto inseguro com uma das mais custosas relacionadas à mortalidade materna nos países avaliados, e também os custos diretos para os sistemas onde as mulheres não poderiam optar pela realização do aborto seguro. Com relação à cateogria B, o aborto, juntamente com programas de planejamento familiar se mostraram as práticas mais custo-efetivas em programas de redução de mortalidade materna para os sistemas de saúde. Já com relação à categoria C, foi possivel traçar um panorama dos aspectos sócio-econômicos relacionados à pratica do aborto, incluindo a participação no mercado de trabalho de mulheres que optam pelo aborto, ausências no trabalho de mulheres que sofrem complicações de abortos inseguros. Espera-se com este estudo enriquecer a discussão acerca da escolha da mulher entre gestar ou não, adicionando argumentos que corroborem com uma perspectiva econômica e de saúde pública.

O financiamento da atenção secundária no SUS: uma revisão da literatura

Este artigo tem por objetivo analisar por meio de uma revisão da literatura o financiamento da atenção secundária no SUS e o acesso ao serviço. A revisão foi realizada em bases de dados disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde Pública –BVS, Biblioteca Nacional de Medicina – PubMed e Biblioteca Eletrônica Científica Online Scielo. No total, obteve-se 16 artigos incluídos nesta revisão, que atingiram os critérios estabelecidos. Os anos de publicação foram entre 2003-2020; sendo 18,75% das publicações no ano 2016 e destes 23,07% das pesquisas foram publicadas na revista Ciência e Saúde Coletiva. Observou-se que a condição dos serviços de média complexidade representam um dos principais entraves do acesso aos usuários, os serviços de atenção secundária não acompanharam o ritmo de implantação de equipes de saúde da família, causando baixa integração entre os níveis de atenção. Atualmente a quantidade de usuários que precisam dos serviços especializados é significativamente maior que a oferta. A baixa efetividade da atenção primária frente a necessidade do usuário, também implica na resolutividade da assistência da média complexidade.

Implicações do financiamento do tratamento oncológico no SUS e a sua judicialização: uma revisão integrativa da literatura

O financiamento do SUS, com tendência de se tornar cada vez mais insuficiente, é ainda mais comprometido com o número crescente de ações judiciais, em especial relacionadas ao atendimento oncológico. Considerando o atual modelo de financiamento do atendimento oncológico, no qual os serviços especializados são ressarcidos por procedimento, sem o estabelecimento de uma relação de medicamentos e desvinculada da Assistência Farmacêutica, este trabalho tem como objetivo analisar a relação entre a judicialização e o financiamento do tratamento oncológico no SUS. Trata-se de revisão integrativa da literatura, utilizando-se as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde e SCIELO. As publicações avaliadas identificadas enumeram diversas situações motivadoras das ações judiciais em oncologia. No entanto, torna-se necessário que mais estudos sejam realizados sobre o financiamento para oncologia e sua judicialização, uma vez que as demandas judiciais notadamente ferem o orçamento já muito comprometido do SUS.

Infecções bacterianas nas vias urinárias em gestantes: um debate da literatura e as alternativas terapêuticas disponíveis no SUS

Infecção nas vias urinarias é uma condição frequente durante o período gestacional, e quando mal diagnosticadas e mal tratadas, podem evoluir para quadros severos incluindo danos ao feto, parto prematuro e inclusive em casos extremos óbito da gestante. Em episódios sintomáticos, o diagnóstico se dá pela presença de sintomas específicos e desagradáveis facilmente detectáveis, já nos quadros de Bacteriúria Assintomática, onde a gestante não apresenta sintomas, o diagnóstico e tratamento se tornam desafios. O aumento da resistência bacteriana que vivenciamos nos últimos anos, torna o cenário ainda mais desafiador pois dificulta o tratamento empírico e exige novas alternativas terapêuticas dentro do arsenal do sistema de saúde. O presente trabalho tem como objetivo revisar a literatura científica sobre as alternativas terapêuticas para o tratamento de infecções bacterianas não-complicadas de vias urinárias baixas em gestantes em um cenário de aumento da resistência bacteriana.

Avaliação de tecnologias em saúde e a incorporação de medicamentos biológicos para oncologia no Sistema Único de Saúde (SUS): uma revisão de literatura

No Brasil, o processo de avaliação de tecnologias em saúde (ATS) é realizado pela CONITEC. O Estado é responsável por garantir a saúde e o acesso universal e equitativo às tecnologias em saúde. A ATS envolve uma criteriosa análise da acurácia, eficácia, segurança, efetividade, custo-efetividade, custo-utilidade, impacto, equidade e ética. Em 2018, o câncer foi a segunda principal causa de morte em todo o mundo. O tratamento do câncer com medicamentos biotecnológicos trouxe uma mudança importante no prognóstico de algumas neoplasias. No entanto, houve uma elevação no custo do tratamento, contribuindo para o aumento dos gastos com medicamentos. Desde 2012 foram submetidos 12 pedidos de incorporação de medicamentos biológicos para o tratamento de câncer à CONITEC. Das moléculas submetidas, 8 obtiveram parecer favorável à incorporação e 4 obtiveram parecer desfavorável. A partir de 1990 a estrutura de reembolso da terapia oncológica no SUS foi revisada e culminou na publicação de uma série de regulamentos para padronizar a Autorização de Procedimento Ambulatorial em Oncologia. O objetivo desse estudo é analisar o que a literatura apresenta sobre o processo de ATS para incorporação no SUS de medicamentos biológicos utilizados em oncologia. Realizou-se uma revisão integrativa, de maneira sistematizada e ordenada, com 8 artigos que abordavam o processo de avaliação de tecnologias em saúde para incorporação no SUS de medicamentos biológicos utilizados em oncologia. Esta revisão trouxe uma visão ampliada do assunto, através do processo de ATS, participação social, cenário regulatório e estratégias relacionadas ao horizonte tecnológico como fatores importantes para a análise do tema.

Novas formas de pagamento para medicamentos de alto custo nos sistemas de saúde suplementar: uma revisão integrativa da literatura

O sistema de saúde brasileiro é sedimentado pela premissa da Constituição Federal de 1988, há diferentes maneiras de acessar a saúde, seja via subsetor público, privado ou de saúde suplementar. Em Agosto de 2021 estimava-se que 22,1% da população brasileira possuía acesso a saúde suplementar. A sustentabilidade da saúde suplementar precisa ser debatida visto a decretação de falência de algumas operadoras nos últimos anos, a entrada de novas tecnologias que possuem o objetivo de contribuir com a vida de pacientes e em contrapartida podem se tornar tecnologias onerosas para as operadoras de saúde. Esse trabalho realiza uma revisão integrativa da literatura científica sobre novas formas de pagamento de medicamentos de alto custo e foram definidos três temas principais: paciente/pagador de saúde, pagador de saúde/indústria farmacêutica e acordos ou políticas como alternativas de acesso aos medicamentos de alto custo e alternativas para sustentabilidade da saúde suplementar no Brasil.

A regulação assistencial: uma revisão da literatura x hesitação da prática

Este estudo teve como objetivo fazer uma revisão da literatura sobre a temática regulação assistencial e a integralidade em saúde, com propósito de compreender a temática e contribuir para melhorias no serviço de referência e contrarreferência no SUS. Tratou-se de uma revisão narrativa, cujo o objeto de estudo foi a regulação do acesso à assistência (regulação do acesso ou regulação assistencial) na linha do cuidado integral, com os seguintes termos para a busca: ‘gestão em saúde’, ‘regulação em saúde’ e ‘acesso aos serviços de saúde’, incluindo documentos governamentais e artigos que trataram do contexto do SUS e de ferramentas de gestão para o acesso e o cuidado da população. Totalizaram 13 artigos cientifícos, 03 teses e 09 documentos governamentais. A regulação assistencial é uma ferramenta de gestão fundamental para o acesso aos serviços de saúde e apresenta-se com a efetividade comprometida na atual conjuntura do SUS, dificultando a prática cotidiana do trabalho, as condições de vida da população, bem como o acesso integral e equânime. Há necessidade de se instituir mecanismos mais eficazes da regulação assistencial, incluindo a discussão da relação público-privada como braço útil do sistema e estabelecer uma operacionalidade melhor entre essas vertentes.

Identificação de estudos econômicos em vigilância pós-comercialização

OBJETIVO: Identificar estudos econômicos com ênfase na farmacovigilância pós-comercialização de medicamentos. METODOLOGIA: Revisão sistemática integrativa nas bases de dados EMBASE, BVS-Lilacs, Centre for Reviews and Dissemination (CRD) e PubMed/Bireme realizada até maio de 2019. Para a busca dos artigos utilizaram-se os seguintes descritores científicos em saúde: “sistemas de notificação de reações adversas a medicamento”, “erros de medicação”, “vigilância de produtos pós-comercialização”, “vigilância de evento sentinela”, “análise custo-benefício”, “custos e análise de custo”, “custos hospitalares” e “custos de medicamentos”. Foram selecionados os artigos publicados na integra com idiomas inglês, português ou espanhol. RESULTADOS: Foram selecionados 7 artigos, dos quais todos realizaram análise de custo-efetividade. As ações de vigilância demonstraram econômicas de recursos aos sistemas e instituições de recursos, além de demonstrar o poder econômico da educação continuada; e implantação do serviço informatizado que permite a diminuição de eventos e economia de recursos. CONCLUSÃO: Os resultados das ações propostas levaram a prevenção de reações adversas a medicamentos, redução de risco ao paciente, diminuição de prescrições inadequadas e redução do tempo de internação.

Ocorrência de eventos adversos e sua relação com a implantação de práticas assistenciais voltadas para a segurança do paciente no Brasil: uma revisão integrativa

A utilização de protocolos, listas de verificação e checklists como instrumentos para padronização de processos, possibilita a implementação de barreiras de prevenção de ocorrência de eventos adversos e a diminuição de riscos para os pacientes. O objetivo deste estudo foi discutir os resultados apresentados na literatura científica sobre a relação entre implantação de protocolos de segurança do paciente e eventos adversos a medicamentos no Brasil. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, com 19 artigos científicos disponíveis nas bases de dados SCIELO, LILACS, MEDLINE e BDENF, publicados no período de 2015 a 2020. A análise dos artigos incluídos no estudo permitiu identificar 5 focos temáticos relevantes: identificação de riscos, incidentes e eventos adversos para implementação de ações de melhoria; elaboração e validação de checklist /protocolo; adesão a protocolos, listas de padronização/listas de verificação/ checklist; intervenções educativas; implementação da Política Nacional de Segurança do Paciente. As evidências mostram as ações de melhorias implementadas em instituições de saúde com foco na segurança do paciente quanto ao processo medicamentoso: a implementação da prescrição eletrônica; a elaboração de checklists e protocolos para administração segura de medicamentos; a atuação do farmacêutico clínico na identificação e intervenção em problemas relacionados à terapia medicamentosa, além da importância do treinamento contínuo. Esta revisão mostrou que os registros de notificação de eventos adversos são o ponto de partida para elencar os incidentes mais recorrentes e suas respectivas causas, para posterior implementação de ações para minimização dos riscos assistenciais.