ECOPOL Saúde

Partilha de risco (risk sharing) e o acesso a novos medicamentos oncológicos

Resumo

Health Technology Assessement International (HTAi), conceitua a partilha de risco como “um acordo entre o produtor/fabricante e o pagador/prestador que permite o acesso a uma tecnologia em saúde mediante determinadas condições. Estes acordos poderão utilizar vários mecanismos para endereçar a incerteza sobre o desempenho de tecnologias ou para gerir a adoção de tecnologias de forma a maximizar o uso efetivo ou a limitar o impacto orçamental”. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura com a pergunta de pesquisa: “O que a literatura científica apresenta sobre acordos de compartilhamento de risco entre a indústria farmacêutica de medicamentos oncológicos e os sistemas de saúde?”. 11 artigos que responderam à pergunta da revisão. Os artigos mostram-se consensuais em apontar o desafio do financiamento para os novos tratamentos para o câncer, cada vez mais onerosos, que raramente levam à cura, mas prolongam a sobrevida e tempo de uso dos medicamentos. Acordos de compartilhamento de risco têm sido apontados como uma das soluções mais promissoras para enfrentar essa questão. Apesar dessa aparente panacéia, os artigos também apresentam críticas, tais como dificuldade em estabelecer os desfechos clínicos adequados, desafio ético decidir se aumento de sobrevida global de dois meses é significativo. Não há consenso de melhores modelos. Discussão sobre desfechos que cada medicamento promete, seu custo, melhor tratamento para cada paciente e possíveis modelos aplicáveis de acordos de compartilhamento de risco deve ser amplamente explorada por médicos, farmacêuticos, pagadores, indústrias farmacêuticas, associações de pacientes.
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