ECOPOL Saúde

Implementação de modelos de compartilhamento de risco (risk sharing) no acesso ao tratamento de doenças raras: Uma revisão integrativa

Resumo

O compartilhamento de risco é uma das medidas mais utilizadas para o acesso gerenciado de um medicamento, visando dividir as incertezas da incorporação entre o fabricante e o sistema de saúde. Este artigo teve como objetivo identificar as barreiras de acesso ao tratamento para as doenças raras e mapear os tipos de modelos de compartilhamento de risco existentes. Foi realizada uma revisão integrativa para responder à pergunta: “O que a literatura científica apresenta sobre a implementação de modelos de compartilhamento de risco (risk sharing) no acesso ao tratamento de doenças raras no Brasil e no mundo?”. As bases de dados escolhidas foram: Biblioteca Virtual em Saúde, Embase, Pubmed e Scopus. Ao final, considerando os critérios de inclusão e exclusão, 14 artigos foram incluídos. Observou-se o alto custo de tratamento e a incerteza em relação às evidências clínicas como as principais barreiras de acesso. Os modelos de risk sharing geralmente são divididos em modelos com base financeira e/ou com base em desempenho. Notou-se que a implementação destes mecanismos amplia o acesso a tecnologias que provavelmente não seriam disponibilizadas e demonstra aprendizados importantes, como a falta de transparência e de padronização na implementação, resultando em inequidade de acesso aos medicamentos órfãos. Conclui-se que a implementação desses modelos minimiza as barreiras financeiras e de desempenho, podendo expandir o acesso aos tratamentos para doenças raras. A transparência e troca de experiências entre os países são fundamentais para a criação de políticas e diretrizes que tornem o processo mais efetivo na expansão do acesso.
Compartilhe: