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O trabalho não-remunerado feminino diante da Teoria da Reprodução Social no período da COVID-19: uma revisão sistemática crítica

Revisou-se o que a literatura científica marxista apresenta sobre as
modificações ocorridas no trabalho não-remunerado feminino durante o período de
COVID-19 via Teoria da Reprodução Social (TRS). Foi realizada uma revisão sistemática
crítica da literatura. Para isso selecionou-se periódicos do bando de dados científicos
Taylor & Francis (T&F). A estratégia de busca usou os seguintes termos-livres: ‘Social
Reproduction Theory’ (para TRS); ‘Unpaid Work’, ‘Female Unpaid Work’, ‘Female
Work’, ‘Unpaid Labor’, ‘Female Labor’, ‘Reproductive Labor’, ‘Reproductive Work’,
‘Female Unpaid Labor’ (para trabalho não-remunerado feminino); e ‘COVID’,
‘Pandemia’ (para COVID-19). A língua inglesa foi o limite de idioma. A análise dos
dados foi realizada por meio da análise crítica de conteúdo de abordagem marxista. Dos
971 estudos identificados, 7 artigos foram incluídos na revisão. Os seguintes elementos
dos artigos foram sintetizados e criticados: os ‘métodos utilizados pelos estudos’; as
‘bases epistemológicas dos estudos’; os ‘casos estudados e contexto’; ‘o que a pandemia
de COVID-19 proporcionou em relação ao trabalho feminino?’; ‘quais aspectos são
criticados pela Teoria da Reprodução Social (TRS)?’; e, ‘quais as soluções que os artigos
revisados apresentaram?’. Ainda foi identificada a posição de poder dos sujeitos autores
dos artigos e construído um quadro teórico crítico. É possível dizer que houve
modificações no trabalho não remunerado feminino durante o período de COVID-19 pela
perspectiva da TRS. A TRS permitiu identificar melhor as diferenças entre os casos da
relação entre o trabalho não remunerado feminino, sua inserção no capitalismo e o
período pandêmico. As soluções apontadas em geral perpassam pela intervenção através
de políticas públicas até aspectos mais relacionais entre homens e mulheres.

Pensamento político-econômico em saúde de Nelson Rodrigues dos Santos e o olhar para o gasto público de Thomas Porcher

Neste ensaio, com olhar para o pensamento político-econômico em saúde, destacam-se as principais contribuições de Nelson Rodrigues dos Santos contidas em um de seus importantes trabalhos: “O Dilema Estatista II: Como é forjado o espaço das Políticas Públicas com exemplos da Área da Saúde”; autor, brasileiro, professor, médico e gestor público de saúde, foi um dos principais atores da Reforma Sanitária Brasileira. Ao mesmo tempo, procura-se inserir na análise de Santos, aspectos do artigo de Thomas Porcher “Gasto Público: por que tanto ódio?”, um economista e professor francês, crítico da economia ortodoxa e da austeridade fiscal como pretextos para a falta de incentivo às políticas sociais na Europa. O nosso objetivo foi buscar uma articulação entre os dois autores. Como método, foi utilizada a análise de conteúdo e, estruturalmente, dividiu-se o texto em três partes: breve biografia dos autores, apresentação propriamente dita das contribuições para o campo da política econômica contidas nos textos pré-selecionados e considerações finais.