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Barreiras de Acesso ao transplante de medula óssea: uma revisão integrativa

Resumo

O transplante de medula óssea é uma modalidade de terapia celular que é utilizada para tratamento doenças hematológicas e onco-hematológicas. Mesmo países com sistemas universais de saúde não possuem uniformidade na questão do acesso e cada nação apresenta seus dilemas frente às barreiras de acesso a serem enfrentadas, estas podendo ser subdivididas em quatro categorias: geográficas, financeiras/socioeconômicas, organizacionais e de informação/culturais. Este estudo teve como objetivo analisar as barreiras que dificultam o acesso ao transplante de medula óssea dos pacientes nos serviços de saúde. A metodologia utilizada foi a de revisão sistematizada integrativa da literatura. As bases de dados escolhidas foram o portal BVS (Biblioteca Virtual em Saúde - https://bvsalud.org/), PubMed (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/) e Scopus (https://www.scopus.com/). Para que fossem desenvolvidas as sintaxes de busca, foram estabelecidos os polos população e fenômeno, respectivamente como “transplante de medula óssea” e “barreiras de acesso”. Foram utilizados descritores em português e inglês, de acordo com o DeCS e MeSH. A busca resultou em um total de 8147 documentos, sendo que após a aplicação de critérios baseados no PRISMA restaram 65 para leitura completa, e destes foram selecionados 22 para a revisão. Na discussão das barreiras geográficas, demonstrou-se que o acesso era dificultado pela distância da residência dos pacientes ao centro transplantador, regiões de maior população, com alta demanda de serviços, e dificuldades de transporte. Quanto às barreiras financeiras e socioeconômicas, houve melhor acesso em países com PIB per capita maior, maior número de centros de transplante instalados e para população com maior renda. As barreiras organizacionais destacaram que cobertura por seguradoras, o amparo por políticas públicas cobrindo os custos, melhor alocação de recursos financeiros, atendimento em centros acadêmicos, organização da regulação e priorização de indicações urgentes na pandemia facilitaram o acesso. Em relação às barreiras culturais e de informação, o conhecimento e o entendimento sobre as doenças, a adesão aos tratamentos propostos, a percepção de melhor sobrevida pelos pacientes e a boa atualização técnica dos profissionais melhoraram o acesso. Os estudos selecionados abordaram todas as categorias de barreiras de acesso, sendo suas origens multifatoriais e inter-relacionadas, sendo a população economicamente e socialmente vulnerável a mais prejudicada.
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