ECOPOL Saúde

Gestão sanitária da COVID-19 e o conspiracionismo do “marxismo cultural”: uma revisão sistemática crítica marxista

Revisou-se sobre o que a literatura apresenta sobre a gestão sanitária da COVID-19 no
mundo e os argumentos conspiracionistas do “marxismo cultural”. Para tanto, foi
realizada uma revisão crítica sistemática da literatura marxista tomando como fonte 70
revistas marxistas e 1 anais especializados que publicam conteúdos marxistas. A
estratégia de busca foi construída com os termos-livres: ‘marxismo cultural’, ‘Escola de
Frankfurt’, ‘guerra cultural’, ‘conservadorismo’ e ‘bolchevismo’. Português, inglês,
francês e espanhol foram o limite de idioma. A análise dos dados foi realizada por meio
da análise crítica de conteúdo de abordagem marxista. Das 1085 publicações
identificadas, apenas 15 artigos foram incluídos. Os seguintes elementos dos artigos
foram sintetizados e criticados: os ‘aspectos metodológicos dos artigos’; as ‘perspectivas
no campo da saúde’; as ‘influências conspiracionistas’; o ‘panorama das teorias
conspiratórias’; e as ‘soluções encaminhadas pelos autores’. Ainda foi identificada a
posição de poder dos sujeitos autores dos artigos e construído um quadro teórico crítico.
Os artigos revisados permitem afirmar que há uma tentativa de obscurecer o “marxismo
cultural” o substituindo, muitas vezes, por termos genéricos como ‘negacionismo’. Neste
caminho, os artigos concluem que há que uma relação entre os ‘conspiracionismos’ e a
saúde tanto em termos da crise sanitária como na gestão da mesma. A renúncia ao termo
“marxismo cultural” desperta a reflexão sobre o quanto a produção científica marxista
sobre este tema tem se colocado como oposição crítica ao capitalismo.

O pensamento econômico em saúde de Paul Singer e a análise crítica de Luiz Fernando da Silva

Este artigo visa compreender os desdobramentos do pensamento econômico aplicado a saúde de Paul Singer sob a análise crítica de Luiz Fernando da Silva. Para isto, realizou-se um ensaio crítico a partir de uma leitura sistemática da seção ‘Economia da Saúde’ do livro ‘Prevenir e Curar’ de Singer e colaboradores e, ainda, usou-se a categoria “deslocamento temático” fenômeno descrito por Luiz Fernando da Silva – para compreender as formas de distanciamento-ressignificação do marxismo que Singer e outros autores realizaram. O artigo está dividido em duas partes. Uma primeira que trata da biografia intelectual e político-institucional de Singer e Silva e uma segunda que trata do pensamento econômico de Singer e o deslocamento temático e teórico apontado Silva. Por fim, entende-se que a forma como Singer vê os serviços de saúde (SS) pode ser atribuída, em parte, ao deslocamento teórico que vivenciou, contudo, este serviu para desmistificar aspectos ‘puramente positivos’ dos SS.