Os movimentos de crítica à lógica asilar, até então hegemônica no campo da saúde mental,
datam do período pós-guerra, na década de 1940. A Comunidade Terapêutica (CT) foi um
deles, e sua origem deu-se a partir de Maxwell Jones, na Inglaterra, cujos ideais propunham
uma maior horizontalidade nos hospitais psiquiátricos. Nos Estados Unidos, as CTs mudam
de caráter, focando nos usuários abusivos de drogas, a partir de George De León, que aponta
para a necessidade de adaptação desses indivíduos à sociedade, sob viés moralista e religioso.
Objetivou-se discutir o financiamento das Comunidades Terapêuticas e os modelos de atenção
em saúde mental no SUS, através de uma revisão integrativa, utilizando a base de dados
LILACS. Na estratégia de busca, utilizou-se o termo livre “comunidade terapêutica”.
Incluíram-se 11 artigos para análise e foram identificadas as categorias utilizadas, sendo elas:
modelo biomédico e modelo de atenção psicossocial, sendo esta última a predominante. A
maioria dos artigos datam a partir do ano de 2017, sendo que o primeiro deles data de 2014. O
crescente aporte de recursos destinados a essas comunidades, segundo a literatura disponível,
acontece em meio a uma disputa política e de desmonte da Reforma Psiquiátrica, em prol de
um modelo biomédico/proibicionista.