O exercício do controle sobre os gastos públicos com medicamentos prescinde do
contexto onde os gastos ocorrem. A forma como o sistema de saúde está
organizado e provê assistência e medicamentos para sua população beneficiária
impacta sobremaneira na forma como o estado se relacionará com a indústria
farmacêutica na negociação de preços e no controle que será exercido sobre os
gastos realizados. Neste trabalho foi desenvolvida uma revisão integrativa da
literatura científica sobre estratégias de governo, seus reflexos sobre o acesso a
medicamentos e respectivos tipos de controle exercidos para contenção dos gastos
com aquisições, resultando na inclusão de 23 artigos para análise. Verificou-se que
em países, cujo sistema de saúde não garante a universalidade e integralidade de
acesso como ocorre no Brasil, estratégias de negociação de preços e cobertura
entre estado e a indústria farmacêutica ou entre estado e beneficiários atendem às
necessidades de contenção com os custos destinados a este fim. No Brasil, a via
judicial para o fornecimento de medicamentos se caracteriza como importante
variável na discussão de como este tipo de acesso pode interferir na forma como o
controle passa a acontecer.